domingo, 31 de outubro de 2010

Bloody Night

O céu totalmente sem estrelas era, no momento a única coisa que me chamava a atenção. A razão dele estar sem as tão belas estrelas era... Uma espessa nuvem que encobria o céu naquele momento. Onde eu estava? Oculta por entre as sombras... Um vulto solitário e sorrateiro prestes a mover-se ao sentir que algo (ou alguém) está dentro de meu aguçado campo de visão. O que sou? Alguém cujo amor pela noite e pelo mistério está acima de todas as coisas.

Mas... Naquela noite em especial... Eu me encontrava agitada... Eu podia sentir um pulsar diferente em minhas entranhas... Algo diferente iria acontecer... Algo (ou alguém) interessante iria aparecer.


E eu não me enganei... Alguém apareceu... Alguém cuja aura era perigosa, mas... Atraente demais ao meu atento olhar. Saí de meu 'refúgio' e fui em sua direção. Meu vestido farfalhava levemente com o vento. Negro como a noite, porém com uma delicada faixa de cetim amarrada em minha cintura. Em meus pés, delicadas sapatihas vermelhas cujas fitas entrelaçavam-se em meus tornozelos. Meus cabelos ondulavam sobre o vento. Eu corria na direção do estranho vulto que se achava naquela localidade. Não consegui precisar muito bem por quanto tempo corri até ele... Só sei que, quando eu finalmente alcancei o tal lugar... Ele já não estava mais lá.

Teria sido este mais um delírio meu? Não saberia dizer...

Naquele momento, a espessa nuvem aos poucos dissipava-se dando lugar ao belíssimo firmamento de tom azulado escuro e intenso, a bela lua cheia iluminando o que seria uma espécie de clareira a que eu estava. Um lugar belo para um encontro furtivo... Ou talvez não...

Sinto um calafrio perpassar minha espinha e meu corpo inteiro estremecer. Alguém me observava... Eu podia sentir. Tão logo essa sensação me acometeu, sinto um par de braços envolverem minha cintura em um movimento brusco e direto. Fico tensa... Porém... Palavras doces e suaves são sussurradas ao pé de meu ouvido me fazem relaxar e me reconfortam...

Porém, eu estava enganada... Erroneamente enganada...

No momento seguinte, sinto uma dor lacinante envolver meu corpo inteiro, acendendo em mim um desejo enorme de gritar... Gritar por socorro... No entanto, já era tarde demais. Sentia minhas forças serem drenadas pouco a pouco.... Minha visão nublando e escurecendo... Meu corpo amolecendo... Meu coração parando de bater... Minha respiração falhando...

Um frio lacinante toma conta de meu corpo, que tomba frio e sem vida em um lugar fofo... Uma poça de sangue envolvendo meu cadáver agora inanimado.

E novamente o silêncio impiedoso e mortal. A lua era a única testemunha daquele impiedoso e cruel, sua superfície branca agora manchada de um leve tom avermelhado....

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Na ponta dos pés


É na ponta dos pés que eu me equilibro. Que caminho, que corro e que vivo.


É na ponta dos pés em que eu me concentro. Que faço tudo do meu jeito, tudo no meu tempo.


É na ponta dos pés onde encontro a leveza. Que faz dos meus passos, minha real beleza.


É na ponta dos pés que eu danço....


Onde faço mil passos, pulo, giro. Divino entretenimento, do qual jamais me canso.